sábado, 31 de dezembro de 2011

Apaixonado :)


“To me aproximando de tudo que me faz completo, me faz feliz e que me quer bem. To aproveitando tudo de bom que essa nossa vida tem. Tô me dedicando de verdade pra agradar um  outro alguém. To trazendo pra perto de mim quem eu gosto e quem gosta de mim também. Ultimamente eu só tô querendo ver o ‘bom’ que todo mundo tem. Relaxa, respira, se irritar é bom pra quem? Supera, suporta, entenda: isento de problemas eu não conheço ninguém. Queira viver, viver melhor, viver sorrindo e até os cem. To feliz, to despreocupado, com a vida eu to de bem.”

(Caio Fernando Abreu.)

Feliz 2012 =)



"- Quando olhares o céu de noite, porque habitarei uma delas, porque numa delas estarei rindo, então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir!"

Para conhecer as estrelas olhe para o céu e para dentro de si... Neste novo ano deixe sua estrela brilhar!!! E lembre-se que uma constelação brilha porque todas as estrelas cintilam juntas =)

Queridos Um Super 2012!!!
Brilhem...

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ler e Prazer

Crônica

Rubem Alves
(Crônicas Folha de São Paulo)

Nietzsche estava certo: “De manhã cedo, quando o dia nasce, quando tudo está nascendo – ler um livro é simplesmente algo depravado...” É o que sinto ao andar pelas manhãs pelos maravilhosos caminhos da Fazenda Santa Elisa, do Instituto Agronômico de Campinas. Procuro esquecer-me de tudo que li nos livros. É preciso que a cabeça esteja vazia de pensamentos para que os olhos possam ver. Aprendi isso lendo Alberto Caeeiro, especialista inigualável na difícil arte de ver. Dizia ele que “pensar é estar doente dos olhos...” Mas meus esforços são frustrados. As coisas que vejo são como o beijo do príncipe: elas vão acordando os poemas que aprendi de cor e que agora estão adormecidos na minha memória. Assim, ao não pensar da visão une-se o não pensar da poesia. E penso que o meu mundo seria muito pobre se em mim não estivessem os livros que li e amei. Pois, se não sabem, somente as coisas amadas são guardadas na memória poética, lugar da beleza. “Aquilo que a memória amou fica eterno”,  tal como o disse a Adélia Prado, amiga querida. Os livros que amo não me deixam. Caminham comigo. Há os livros que moram na cabeça e vão se desgastando com o tempo. Esses, eu deixo em casa. Mas há os livros que moram no corpo. Esses são eternamente jovens. Como no amor, uma vez não chega. De novo, de novo, de novo...

Um amigo me telefonou. Tinha uma casa em Cabo Frio. Convidou-me. Gostei. Mas meu sorriso entortou quando ele disse: “Vão também cinco adolescentes...” Adolescentes podem ser uma alegria. Mas podem ser também uma perturbação para o espírito. Assim, resolvi tomar minhas providências. Comprei uma arma de amansar adolescentes. Um livro. Uma versão condensada da Odisséia, as fantásticas viagens de Ulisses de volta à casa, por mares traiçoeiros...

Primeiro dia: praia; almoço; sono. Lá pelas cinco os dorminhocos acordaram, sem ter o que fazer. E antes que tivessem idéias próprias eu tomei a iniciativa. Com voz autoritária dirigi-me a eles, ainda sob o efeito do torpor: “Ei, vocês... Venham cá na sala. Quero lhes mostrar uma coisa...” Não consultei as bases. Teria sido terrível. Uma decisão democrática das bases optaria por ligar a televisão. Claro. Como poderiam decidir por uma coisa que ignoravam? Peguei o livro e comecei a leitura. Ao espanto inicial seguiu-se silêncio e  atenção. Vi, pelos seus olhos, que já estavam sob o domínio do encantamento. Daí para frente foi uma coisa só. Não me deixavam. Por onde quer que eu fosse, lá vinham eles com a Odisséia na mão, pedindo que eu lesse mais. Nem na praia me deram descanso.

Essa experiência me fez pensar que deve haver algo errado na afirmação que sempre se repete de que os adolescentes não gostam da leitura. Sei que, como regra, não gostam de ler. O que não é a mesma coisa que não gostar da leitura. Lembro-me da escola primária que freqüentei. Havia uma aula de leitura. Era a aula que mais amávamos. A professora lia para que nós ouvíssemos. Leu todo o Monteiro Lobato. E leu aqueles livros que se lia naqueles tempos: Heidi, Poliana, A ilha do tesouro. Quando a aula terminava era a tristeza. Mas o bom mesmo é que não havia provas ou avaliações. Era prazer puro. E estava certo. Porque esse é o objetivo da literatura: prazer. O que os exames vestibulares tentam fazer é transformar a literatura em informações que podem ser armazenadas na cabeça. Mas o lugar da literatura não é a cabeça: é o coração. A literatura é feita com as palavras que desejam morar no corpo. Somente assim ela provoca as transformações alquímicas que deseja realizar. Se não concordam, que leiam Guimarães Rosa que dizia que literatura é feitiçaria que se faz o sangue do coração humano.

Quando minha filha estava sendo introduzida na literatura o professor lhes deu como dever de casa ler e fichar um livro chatíssimo. Sofrimento dos adolescentes, sofrimento para os pais. A pura visão do livro provocava uma preguiça imensa, aquela preguiça que Barthes declarou ser essencial à experiência escolar. Escrevi carta delicada ao professor lembrando-lhe que Borges havia declarado que não havia razão para se ler um livro que não dá prazer quando há milhares de livros que dão prazer. Sugeri-lhe começar por algo mais próximo da condição emotiva dos jovens. Ele me respondeu com o discurso de esquerda, que sempre teve medo do prazer: “ O meu objetivo é produzir a consciência crítica...” Quando eu li isso percebi que não havia esperança. O professor não sabia o essencial. Não sabia que literatura não é para produzir consciência crítica. O escritor não escreve com intenções didático-pedagógicas. Ele escreve para produzir prazer. Para fazer amor. Escrever e ler são formas de fazer amor. É por isso que os amores pobres em literatura ou são de vida curta, ou são de vida longa e tediosa... Parodiando as palavras de Jesus “nem só de beijos e transas viverá o amor mas de toda palavra que sai das mãos dos escritores...”

E foi em meio a essas meditações que, sem que eu o esperasse, foi-me revelado o segredo da leitura... Mas o espaço acabou... O jeito é deixar para o próximo mês...

O Sexto Sentido

Crônica 

Rubem Alves 
(Crônicas Folha de São Paulo)

Os cinco sentidos são, a um tempo, seres da “caixa de ferramentas” e seres da “caixa de brinquedos”. Como ferramentas os sentidos nos fazem conhecer o mundo. A cor vermelha no semáforo diz que é preciso parar o carro. O som da buzina chama a minha atenção para um carro que se aproxima. O cheiro estranho na cozinha me adverte de que o gás está aberto. Como brinquedos os cinco sentidos me informam que o mundo está cheio de beleza. Eles são órgãos sexuais: com eles fazemos amor com o mundo. Dão-nos prazer e alegria.

Os cinco sentidos, para realizarem suas funções de poder e prazer, exigem a presença do objeto a ser conhecido ou a ser amado. Para sentir a beleza de um ipê florido é preciso que haja ipês floridos – como agora. Em julho os ipês rosa, em agosto os ipês amarelos, em setembro os ipês brancos. Já até sugeri que um músico compusesse uma sinfonia em três movimentos dedicada aos ipês. Para se sentir a beleza triste do canto de um sabiá é preciso que haja um sabiá cantando. Para se sentir o perfume de um jasmim é preciso que haja um jasmim florido. Para se sentir o gosto bom de uma laranja é preciso que haja uma laranja. E para se sentir a delícia de um beijo é preciso que haja uma boca que me beije... Os cinco sentidos só fazem amor com coisas existentes, no presente. Eles vivem no “aqui” e no “agora”.

Mas há um sexto sentido dotado de propriedades mágicas, um sentido que nos permite fazer amor com coisas que não existem... Esse sentido se chama “pensamento”.

Digo que o pensamento é um sentido mágico porque ele tem o poder de chamar à existência coisas que não existem e de tratar e as coisas que existem como se não existissem. E é dele que surge a grandeza dos seres humanos. O pensamento nos dá asas, ele nos transforma em pássaros!

“Mas que realidade têm as coisas que não existem?”, poderão perguntar os filósofos. Aí serão os poetas que darão respostas aos filósofos. “Que seria de nós sem o socorro das coisas que não existem?” , perguntava Paul Valery. E Manoel da Barros acrescentaria: “As coisas que não existem são mais bonitas...” Leonardo da Vinci pensava e desenhava máquinas que não existiam e que só poderiam existir num futuro distante. Mas que alegria aquelas entidades não existentes lhe davam! Por isso ele as guardava como segredos perigosos que, se conhecidos, poderiam levá-lo à Inquisição. Mas o prazer valia o risco.

Beethoven estava completamente surdo. No seu mundo os sons não existiam. Mas do silêncio dos sons que não existiam ele fez surgir, no seu pensamento, a Nona Sinfonia, que canta a alegria da vida.

Faz uns meses resolvi reler o Cem anos de solidão, do Gabriel Garcia Marques. Que amontoado de não-existentes! Invencionices de alguém que trata o existente como se não existisse. Pensei, de brincadeira, que ele deveria estar bêbado quando escreveu o livro, tantos são os absurdos maravilhosos que ele constrói. Uns tolos disseram que aquele livro era uma parábola sobre a América Latina. Ou seja, disseram que o livro falava sobre uma coisa que existia: o realismo fantástico de Gabriel Garcia Marques, depois de passar pelo crivo da hermenêutica, nada mais seria que uma crônica histórica disfarçada. Nada mais longe da verdade. O livro Cem anos de solidão só existe no espaço imaginário do que não existe.E apesar de saber que aquilo que estava escrito era mentira, que nunca acontecera porque era impossível que acontecesse, eu ri, sofri, vivi. Meu corpo fez amor com o inexistente. O que não existe nos faz viver. Não vivemos só de pão. Somos comedores de palavras. E as palavras operam em nós estranhas transformações. Quantas pessoas eu degolei com minha espada de samurai ao ler o Sho-gun!

Que extraordinário exercício de alienação é a literatura! Mergulhados num livro a realidade que nos cerca deixa de existir. Estamos inteiramene no mundo do pensamento. Se Marx estava certo ao afirmar que “o homem é o mundo do homem” então, na literatura, tornamo-nos criaturas dos muitos mundos da fantasia. Tornamo-nos personagens de uma estória inventada, “atores” de teatro. “Não é incrível que um ator, por uma simples ficção, um sonho apaixonado, amolde tanto sua alma à imaginação, que todo se lhe transfigure o semblante, por completo o rosto lhe empalideça, lágrimas vertam dos seus olho, suas palavras tremam e, inteiro seu organismo se acomode à essa mera ficção? ( Shakespeare, Hamlet, ato 2º., cena II). Os atores são seres alienados da realidade por estarem vivendo totalmente no mundo da ficção. É nisso que se encontra “a virtude paradoxal da leitura, que consiste em fazer-nos abstrair do mundo para lhe encontrarmos um sentido.” ( Daniel Pennac, Como um romance, ASA, Portugal, p. 17 ). Todo artista é um fingidor. Todo leitor tem de ser um fingidor. Fingir, brincar de fazer de contas, tratar as coisas que são como se não fossem e as coisas que não são como se fossem! É dessa loucura que surgem as mais belas criações da arte e da ciência. Por isso eu me daria por feliz se a educação fizesse apenas isso: introduzir os alunos no mundo mágico do pensamento tal como ele acontece na literatura.. Quem experimentou a magia do pensamento uma única vez não se esquece jamais...

Gatos Sortudos




Passei esses três dias com uma  leitura bem agradável pra quem gosta de Gatos e claro o  livro conta histórias emocionantes de gatinhos resgatados pela ONG Adote Um Gatinho. São doze os casos de peludinhos que escaparam de uma vida de abandono e maus-tratos e, não só agora têm um lar, como já mudaram a vida de seus donos.

O livro tem também fotos lindas, dicas de cuidados com os bichanos e um pouco sobre a história da ONG que já resgatou mais de 4 mil gatos.

Segundo as autoras, a obra foi produzida com o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a importância de proteger os animais e, assim, colaborar com a redução do número de gatinhos abandonados e maltratados nas ruas. “Queremos ajudar mais peludinhos a terem uma história de vida especial, por isso toda a renda dos direitos autorais vai direto para a AUG", afirma Juliana Bussab.

“Sem o patrocínio de grandes empresas e contando apenas com doações de pessoas que confiam e nos ajudam nesse trabalho, é sempre difícil salvar todos esses animais, mas fazemos esse trabalho com a alma e o coração e por isso deu certo até agora", conta Susan Yamamoto.

Entre os personagens mais encantadores está Ozzy, um gatinho que foi muito machucado quando recém-nascido e por isso enfrentou dificuldades para conseguir se movimentar normalmente. Mas que superou todas as expectativas e, com seu charme, virou mascote da ONG e até estrela de televisão. Além da vida de Ozzy e outros bichinhos, a obra dispõe de fotos e dicas informativas sobre a criação de gatos.


Ou seja, ele é tão lindo que já esgotou a primeira edição em menos de uma semana da tarde do lançamento. É pra quem ama, tem ou quer ter um bichinho especial. São Histórias tão emocionantes que por vezes os meus olhos encheram se de lagrimas. Realmente vale a pena ler! Eu recomendo!

Esses animais não só ganharam vida nova como, com certeza, mudaram a de seus novos donos.


O livro com uma cartela com 12 adesivos; coloquei 4 para vocês darem uma olhada! 

Esse é o famoso Ozzy, o gatinho da capa, em sua versão sticker.

Romeu sobreviveu a uma infância de muita pobreza e hoje é um gatinho muito feliz!




Esse é o gatinho Magoo que, com sua bela história de vida, está prestes a ficar famoso!

Emília, uma das estrelas do livro, ficou cega ainda bebê, mas não deixa que nada atrapalhe suas brincadeiras!





     

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vida



A vida pode ser desigual. Há pessoas que vivem sem temor de serem frágeis, aceitam que o amor é a razão de tudo, são pessoas próprias.

Na realidade são pessoas próprias aquelas que têm a aptidão de repartir, oferecer  aos outros, tudo que estar em volta delas, sem formalismo e sem temor de ajudá-los mesmo que possam chegar em alguma  alteração em seus trilhos da vida.

Consideram que aquela ocasião é única e têm orgulho de dividir momentos e aprendizados de vida procurando a autêntica  explosão da felicidade.

Elas são integras  nas suas atitudes, são francas e compassivas, sempre dão por claro que o amor é fração de tudo.

Elas vieram para compreender que o amor é o que faz o contraste na vida.

Fazem coisas por ímpeto, tentam abrigo em lugares ocultos, tentam ser pessoas insubstituíveis e procuram esquecer pessoas rememoráveis.

Berram e saltam de tanta felicidade, vivem de votos de amor infindáveis, que por impulso até choram ouvindo uma música, são os perenes  apaixonados que por um sorriso, passam o mistério do amor.

O Tigre de Sharpe



 Demorei  para ler comecei na casa de amigos,  mas nessas férias tive coragem e comecei a ler. O livro faz parte da enorme série As Aventuras de Sharpe, que teve seu início em 1981 e já soma 21 livros na Inglaterra. Aqui no Brasil contamos com nove volumes que não acompanham a ordem de publicação original, mas sim a ordem cronológica da História.

Se “O Tigre de Sharpe”  não tivesse o nome do autor na capa, não conseguiria dizer de quem era o livro da mesma forma, a narração de Bernard Cornwell é única. Perfeita.

Nesse primeiro livro da série publicado aqui, conhecemos Richard Sharpe, soldado do 33º Regimento inglês que se acha na Índia a fim de conquistar a cidade de Seringapatan, dominada pelo sultão Tipu. Jovem e desgostoso com a vida no exército, o recruta cogita continuamente em transfugir junto com Mary Bickerstaff, viúva de um sargento que faleceu no acampamento do exército. Sharpe é um soldado apreciável, como dizem seus companheiros, mas sem saber o porquê, inflama o ódio do sargento Hakeswill que constantemente procura  para humilhá-lo.

Após  várias circunstancias  passadas por Sharpe, ele é expedido em uma incumbência  de resgate na cidade de Seringapatan junto com o tenente Lawford, cujo tio, o capitão McCandless, foi detido pelos soldados de Tipu. É a partir desse instante que Sharpe começa a evidenciar  o seu enorme potencial dentro do exército: tomando decisões à frente de seus oficiais e se dando conta de que nasceu para lutar.

Sharpe é uma personagem  misterioso. Ele é benevolente, porém atroz. Romântico e malandro. Misericordioso e maldoso. Eminente e modesto. Cornwell inventou um sublime  anti-herói, atraente  e astucioso, mas que em algumas situações se mostra antipático e grosseiro. Mas, é impossível não gostar do personagem. Ele não é desumano, mas também não é nenhum garoto meloso que sonha com a paz mundial. Ele analisa  seus amigos e inimigos e dá a eles o que é merecido.

Os Combates são bem narrados e o livro transmite o clima rígido de uma guerra. Para quem não gosta desse clima, apenas lamento, porque é disso que o livro trata. Os combates são o centro da narrativa e a condição de Sharpe. O que no começo pareceu ser um romance, cujo final seria Sharpe casado e seguro junto de Mary, apresentou algo totalmente ao contrário. O que impera no enredo é a dignidade de ser um bondoso soldado, defendendo seu país acima de tudo.

Como sempre, no fim do livro, Cornwell explana  os fatos históricos, desassociando a ficção do que efetivamente ocorreu. A maior parte da narração  são  fatos verídicos, com exceção de algumas transições  e, infelizmente, do próprio Sharpe, que nunca existiu. Isso converte a obra não só numa boa distração literária, mas também em uma ferramenta para conhecer muitos  acontecimentos passados.

Outros


Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras pessoas. E outras coisas (Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Sem Temor...



"Não tenha temo de entender a vida. Não tenha temos de entender as dores da vida. Sabemos bem que esse temor vem açoitar em nossas portas algumas vezes por mês. Mas é precisamente aí em que devemos saltar as janelas. Aloje as mágoas em seu coração. Tenha certeza de que você é apto. E não tenha temor de sentir temor. Conserve  até mesmo as mais duras lágrimas que caírem de seus olhos. Somos homens debilitados  e de péssima memória, portanto precisamos acoitar as lástimas para apreciar as alegrias. Precisamos hominizar o hábito do perdão para amarmos uns aos outros. Afinal, amar pessoas não é como amar seres inanimados, ou objetos. Amar pessoas é também contemplar falhas e erros. É se colocar a disposição de ouvir pedidos de desculpa sem alterar  o tom da voz. Amar pessoas é entender que por mais que magoei, a perspectiva sempre será capaz de reedificar seu coração."

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Juntos :)


Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos. (Caio Fernando de Abreu)

O problema é não amar...



Existem pessoas que tem constrangimento  de amar. Que oculta. Que quando alguém chega perto, altera a voz de bebe, separa do beijo molhado, devolve as mãos para o bolso. Em compensação, existem pessoas que não tem timidez de emitir  grosserias, de berrar  pré-conceitos de difundir  desprezo. Existem pessoas  que acham bonito a distância. Existem pessoas que acham elegante separar. Mas qual é mesmo a questão de amar? Em alguma ocasião definiu-se que amar não é legal. Que amar aparenta fraqueza, que amar, assim, em público, para todo mundo ver, é praticamente bancar o bobo. Existem pessoas  que acham o amor uma dor de cabeça, algo a ser decidido, superado, transposto. Um engodo. Existem pessoas que chegam a evitar o amor, para se "preservar".

Que coisa. Hoje em dia, o que parece, é que amar é brega. Amar é brega? Depende. Amar escandalosamente, amar de corpo em corpo, amar a Deus dará é muito cool. Porque nosso mundo é feito de extremos. Se o caso é amar, tem que amar com furor, tem que fazer da vida uma maratona amorosa, tem que deixar rolar QUASE tudo o que tiver que acontecer. Então o amor se torna fashion. Aí sim, o povo vai, além de aplaudir, imitar. Então esse é o problema de amar!

 Amor comum, amor de cintilar  os olhos, amor de rir à toa, amor de falar bobo... Não tem graça. Não é notícia. Não move o mundo. Amor faz toda a gente ser afável  e para que serve a gentileza  em uma sociedade dura? Em uma sociedade onde vence quem tem menos escrúpulos? Quem pisa  nos outros com mais desenvoltura e menos piedade? Pisa e ops... Nem vi! Pisa e ops... Já era. Amar, todo mundo ama. Só que cada um escolhe a forma de amar. Amar pode ser esquisito, sim. Tem gente que ama de um jeito que seria melhor até nem amar. Tem gente que ama  doído, amargo, cruel. Tem gente que confunde amar com odiar. Tem gente que nunca foi amado e acaba achando que qualquer sujidade  que fizer já está de bom tamanho. Só que não está.

Tem que amar certo.Tem que pegar o amor que sente e transformá-lo. Porque o amor é criar. O amor é uma massinha de modelar. Dá para pegar o amor de dentro do peito e alterar em um bom-dia, em um agradável ambiente de trabalho, em uma visita aos amigos, em mais amigos, em um favor a alguém que precisa,  em uma saudação na rua, em um "pode passar" para o outro motorista, em um carinho na família, em uma história engraçada, em um consolo, um conselho, um lisonjeio, em uma palavra de estimulo em um ato humanitário, em um voto consciente, em defesa dos direitos de todos sem levar em conta os benefícios  individuais, em  um bom desejo para ajudar, em consciência, em benignidade, em bem-querer, em um dia maravilhoso, em uma alegria continua, em beijos demorados e fervente, em filhos cidadãos e boa gente, em um abraço gigante que alcance o mundo e a vida e a própria realidade. O amor não tem problema, não. O problema é não amar... Amor...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

127 HORAS



O que seria um passeio pelo cânion Blue John para um alpinista experiente que estava acostumado com complexas escaladas nos altos picos do Colorado no auge do seu inverno? Não seria nada complicado, né? Pelo contrário, seria uma forma de relaxar e descansar um pouco das aventuras perigosas.


Tudo anda muito bem para Aron naquela tarde quente de sábado. Depois de já ter trilhado uma longa estrada, ele acabou achando duas garotas simpáticas, as quais foram suas companheiras por um determinado tempo em seu itinerário pelo cânion. Logo que elas partiram, Aron avançou seu passeio.  Ele estava bem afastado de onde havia deixado seu carro e bicicleta, e no momento que passava por uma profunda e estreita fenda do cânion, algo totalmente extraordinário  acontece: Uma rocha de quase meia tonelada cai sobre sua mão direita e pulso, deixando-o preso naquele meio deserto.      
             
Aron estava diante de uma circunstância completamente difícil   e assustadora. Além de não ter comunicado ninguém para onde ia, ele contava com pouca comida e água, não tinha ao menos uma jaqueta para enfrentar as noites geladas. A aflição começou a ocupar seus pensamentos, pois se não conseguisse se soltar, ele poderia morrer, tanto por desidratação, quanto por afogamento em uma possível inundação, já que ele estava bem abaixo do nível do solo, mas precisamente a 30 metros.

Os dias iam se passando, e já quase sem esperança de ser achado ou de escapar daquela situação, Aron começa a usar sua câmera de vídeo, gravando mensagens de despedida para seus familiares e amigos, agradecendo todos os dias cheios de aventuras que ele pôde usufruir  ao decorrer de sua vida, com a ideia de que mais cedo ou mais tarde, aquela gravação fosse encontrada por alguém. Felizmente, na manhã da quinta-feira, Aron sentiu em seu coração uma oportunidade  de salvar a sua vida. É a partir desse instante, que ele resolve  afrontar seus medos e angustias, através de um ato corajoso em nome da sua sobrevivência.

Ao ler o Livro fica difícil de expressar tudo aquilo que eu senti. Eu me envolvi completamente com a história, como se eu estivesse encarando todos os momentos difíceis e alucinados  ao lado de Aron.  As horas passando, os dias, e ele quase sem meios para escapar. Foi penoso e ao mesmo tempo comovente acompanhar todos os apuros . Em alguns instantes da leitura, eu comecei a pensar alto: “Vai  Aron, não desista”, Fique seguro, logo você terá uma saída e conseguirá sair dessa.”

Apesar dele estar em uma das piores circunstância  que um ser humano poderia se achar, ele mantém o bom humor para não perder a cabeça. Além disso, ao fluir do seu relato, o leitor é levado às lembranças de sua infância, e claro, até as suas grandes aventuras onde começou a se ousar pelo mundo do alpinismo.  Em alguns instantes  eu me sentia muito triste e aflito, em outros eu me acabava em risos, tudo dependendo do estado de espírito de Aron.

A narração em primeira pessoa é ótima, bem minuciosa, e apesar de ter muita coisa técnica relacionada a equipamentos de alpinismo,  não me senti perdido. Consegui imaginar todos os lugares e cenários com muita exatidão.

Eu me simpatizei muito a Aron, e o admirei mais ainda. A sua força de vontade, a sua luta e seu arbitramento me fizeram pensar e refletir muito. É uma grande lição de vida que vou levar para sempre comigo.  Um livro maravilhoso que me fez chorar, sorrir, vibrar e valorizar mais ainda meus familiares e amigos. Indico sem medo a todos  aqueles que apreciam uma marcante e sensacional história real.

Demorei uns 9 meses para ler mas, agora no começo das férias assistir ao filme. Realmente muito  emocionante não tão quanto o livro mas extremamente bom. Olhem o trailer: 


Minha Paixão por Livros...

Minha Paixão por livros esse final de ano época de muitas festas presentes e amigos secretos e ganhei muitos livros nos quais eu já queria!

 Os três mosqueteiros o jovem d'Artagnan chega praticamente sem posses a Paris, mas, depois de alguns percalços, consegue se aproximar da guarda de elite do rei Luis XIII - os mosqueteiros. Nela conhece os inseparáveis Athos, Porthos e Aramis, que passarão a ser seus companheiros de aventuras. Juntos, os quatro enfrentam combates e perigos a serviço do rei e sobretudo da rainha, Ana da Áustria, tendo por inimigos principais o cardeal de Richelieu, a misteriosa Milady e o ousado duque de Buckingham.


No amigo secreto da escola do 2º EM A / A Profº de Português na qual e minha namorada gatona me tirou como ela já sabia o livro que eu queria ela me deu “Os últimos dias dos Romanov”  fiquei tri Feliz!!!

A execução em julho de 1918 dos Romanov - a família do último czar da Rússia, Nicolau II - é cercada de mitos e histórias macabras. Especialista em história russa, Helen Rappaport teve acesso aos depoimentos de várias testemunhas-chave. Ela revela o papel de Lenin na execução e mostra  também como os Romanov e seus carcereiros desenvolveram uma relação complexa.



E de Natal Minha SUPER namorada me deu esse livro no qual estou quase completando a coleção.

Depois da vitoriosa batalha de Talavera, as tropas britânicas estão em Portugal, e a guerra parece perdida. O exército do general Wellington está praticamente falido e à beira de um colapso. Temendo o fracasso, ele convoca o capitão Richard Sharpe e a Companhia Ligeira do Regimento South Essex para uma missão que pode definir os rumos da guerra - roubar um tesouro pertencente ao governo espanhol, que se encontra escondido nas perigosas terras inimigas.




No Amigo secreto dos amigos do trabalho ganhei da Lili na qual foi minha Profº de Ed Física  e agora e minha amiga de trabalho o livro de 3 do autor George R R Martin que eu também faço a coleção.

 'A tormenta de espadas' os Sete Reinos já sentem o rigoroso inverno que chega, mas as batalhas parecem mais cruéis e impiedosas. Enquanto os Sete Reinos estremecem com a chegada dos selvagens pela Muralha, numa maré interminável de homens, gigantes e terríveis bestas, Jon Snow, o Bastardo de Winterfell, que está entre eles, divide-se entre sua consciência e o papel que é forçado a desempenhar. Robb Stark, o Jovem Lobo, vence todas as suas batalhas, mas será que ele conseguirá vencer os desafios que não se resolvem apenas com a espada? Arya continua a caminho de Correrrio, mas mesmo alguém tão desembaraçado como ela terá grande dificuldade em ultrapassar os obstáculos que se aproximam. Na corte de Joffrey, Tyrion luta pela vida, depois de ter sido ferido na Batalha da Água Negra; e Sansa, livre do compromisso com o homem que agora ocupa o Trono de Ferro, precisa lidar com as consequências de ser a segunda na linha de sucessão de Winterfell, uma vez que Bran e Rickon estariam mortos. No Leste, Daenerys Targaryen navega em direção às terras da sua infância, mas antes ela precisará aportar às desprezíveis cidades dos esclavagistas. Mas a menina indefesa agora é uma mulher poderosa.

Que me ver feliz me de Livros QUE EU QUERO... HEHEHEEHE... Obrigado por todos...

Noites de Tormenta



Adrienne tem quase 60 anos, mãe de três filhos e divorciada há muito tempo, vive uma vida calma. Mas quando Amanda, sua filha do meio, perde seu esposo e com ele a vontade de viver e cuidar de seus dois filhos pequenos, Adrienne percebe que necessita intervir. Ela decide contar para sua filha uma história que viveu quando tinha 45 anos, e que modificou para sempre a sua vida:

Três anos após seu divórcio Adrienne ainda não esta recuperada,  então ela aceita o pedido de sua amiga para que cuide de sua pousada em Rodanthe por um final de semana. A pousada recepcionar um único hospede, Paul Flanner, um célebre médico, também divorciado que vai até Rodanthe resolver um grande problema que o  amedronta.

Sozinhos na pousada eles acabam se aproximando. Em meio a uma tempestade que chega na cidade eles além de segredos partilhados  vivem uma linda história de amor.
Noites de Tormenta é  um excelente livro, é profundo e nos faz refletir sobre várias situações da vida. Eu curti principalmente o fato de que os  protagonistas tem mais do que quarenta anos. Ou seja, eles são maduros e já passaram por várias situações de  vida. E fica evidente também que não existe idade para amor e nem para darmos uma segunda oportunidade para a felicidade.

O contratempo que leva Paul até aquela cidadezinha é instigador. Constantemente o autor faz questão de trazer mais uma linda aplicação de vida. Há quem diga que suas histórias são previsíveis e que a gente sempre sabe o final. Bom, de certa forma pode até ser, mas isso não obstrui  na beleza de sua obra.

A leitura é bem rápida, e as 173 páginas. É bem por isso que a resenha não pode ser muito longa, pois eu acabaria contando mais do que é necessário.
A capa deste livro ficou linda. A diagramação encantadora, as imagens de uma praia ao final de cada capítulo embelezam ainda mais. Super recomendo a leitura.

Como quase todos os livros de Sparks, Noites de Tormenta recebeu uma adaptação cinematográfica. O filme é lindo, mas não é igual ao livro, algumas mudanças (que eu achei bem desnecessárias) foram feitas. Sendo assim eu prefiro a leitura. Verifiquem o trailer:


Feliz Natal!!




"O Melhor recado de Natal é aquela que sai em silêncio de nossos corações e preenche  com ternura os corações daqueles que  conduzem  nossa jornada pela vida".

Que o Natal seja um dia para meditar, ainda há tempo de tentar cambiar os nossos velhos costumes. Esquecer as tristezas, colocar em pratica a fraternidade.

Desejo a todos um noite de reflexão. Falta menos de uma semana para terminar o ano, portanto é hora de mudança, se estiver tudo ótimo na sua vida, agradeça a Deus por essa dádiva. No entanto, se não foi um ano muito bom, agora é a hora de colocar seus pensamentos ligados com a sua fé e repensar seus desejos, para olhar para o próximo ano com a esperança de conquista.

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A coisa que uma pessoa mais precisa na vida é gostar das outras e ser gostada, também. (Caio Fernando Abreu)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Ajudar



Depois, um amigo me chamou para ajudá-lo a cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui. ( Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Teu Sorriso


O teu riso
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.


Pablo Neruda.

Encontrados na arrumação




Guardamos muitas  e muitas... coisas nesta vida. Coisas físicas... quero dizer. E é extremamente  curioso o quanto... tanto certas coisas são capazes de nos  vir a memória,  épocas de nossas vidas. Na qual épocas que queremos lembrar e épocas que queremos esquecer. Ao folhear um caderno velho ou um bloco de anotações encontrei maravilhas. E muitos pedaços destas épocas vão aparecendo na memória, como em um filme antigo, que muitas vezes esqueci que tinha assistindo.

Hoje fui arrumar armários, escrivaninha e encontrei um bloco antigo e comecei a folhear. A cada página virada uma lembrança. Encontrei recados que eu deixei para mim, reforçando minha falta memória que não é de hoje. Pedaços de músicas; versos que gostei; notas de faculdade; anotações de um emprego tirado do jornal daquele dia, que não sei se fazia chuva ou sol, mas lembro que minha vida era uma boa tempestade nessa época. Foram achados telefones; endereços que não faço idéia de quem são ou de onde são; rascunhos de cartas que nunca foram entregues; nomes de personagens de séries que comprovam minha paixão antiga por seriados. 

O da época talvez eu não assistisse hoje em dia, mas naquela idade fazia tanto sentido... Encontrei horários de estágios do Magistério e da  Facu; lista de compras de supermercado de receitas de comidas que nunca deram certo e de outras que já não preciso mais de receita para fazer.

Então fiz um balanço de tudo o que fui quando tinha aquele bloco de anotações. Estudei, formei, tive emprego, perdi o emprego, namorei, troquei de namorada, fui magrelo, fui filho, fui feliz, sofri por amor, ganhei, perdi, chorei, sorri demais, ri mais ainda, conheci, esqueci, fiz amigos, fiz mais amigos, perdi amigos, escolhi, errei, acertei, cheguei.
Neste mesmo bloco uma época ruim e difícil, com uma pitada de alegria escondida entre as folhas amassadas. Em todo caso, destaquei as folhas e li todas, uma a uma, e me dei o direito de rasgá-las cuidadosamente, para enfim virar uma página da vida.
Mudei muito hoje sou uma pessoa bem melhor... Obrigado Deus!

Cuide : )


                  Cuide, cultive, queira o bem. O resto vem! (Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O que Tenho...

Eu não tinha muito a oferecer, eu sei… Mas tudo o que eu tinha, era seu. (Caio Fernando Abreu)

Bernard Cornwell




Bernard Cornwell nasceu em Londres em 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu pai era um aviador canadense e sua mãe trabalhava como auxiliar da Força Aérea Britânica. Ele foi adotado por uma família em Essex, Inglaterra, que pertencia à seita religiosa chamada Peculiar People (Pessoas Peculiares, e, segundo o escritor, eram mesmo). Ele fugiu para a Universidade de Londres, incluindo em seu nome o sobrenome de sua mãe, Cornwell. Depois de uma ponta como  professor, foi para a rede de televisão BBC, onde trabalhou por 10 anos. Começou como um pesquisador no programa Nationwide e terminou como Chefe de Assuntos Televisivos Atuais da BBC na Irlanda do Norte. Foi enquanto trabalhava na cidade irlandesa de Belfast que ele conheceu Judy, uma americana que estava visitando o país, e por quem se apaixonou. Judy não podia se mudar para a Inglaterra por questões familiares, então Bernard foi para os Estados Unidos onde lhe foi recusado o Green Card. Ele decidiu ganhar a vida como escritor, ofício que não necessitava de permissão do governo dos EUA. Bernard e Judy se casaram em 1980, permanecem casados e vivendo nos Estados Unidos.
O autor tem seus livros publicados, no Brasil, pela editora Record. Sua série mais extensa, As 
Aventuras de Sharpe, é formada por mais de 20 livros e foi adaptada para a televisão na Inglaterra, com histórias protagonizadas pelo aclamado ator inglês Sean Bean. Atualmente estão em fase de tradução as obras sobre Sharpe e as Crônicas Saxônicas, cujos primeiros 5 livros já foram publicados. Entretanto, a série terá mais livros, ainda não publicados pelo autor.
 Sendo um dos mais importantes escritores britânicos da atualidade. Já publicou mais de 40 livros e teve obras traduzidas para mais de 16 idiomas.
Incapaz de escrever um romance simples, Cornwell prima por sagas de uma cativante sutileza narrativa e autenticidade histórica. O autor é um apaixonado pela história em geral e da Inglaterra em especial, o que se reflete em romances que retratam conflitos ocorridos em território inglês (como na série A Busca do Graal, situada durante o período de conflito entre Inglaterra e França conhecido como Guerra dos Cem Anos, ou ainda em crônicas como as do Rei Artur, onde Cornwell, com sólida base histórica, dá uma versão muito pessoal ao senhor da guerra. Estou relendo o  “Tigre de Sharpe”, e tenho certeza que vou ler toda extensa série As aventuras de Sharpe. Eu recomendo!

Noites de férias



 Fui para área deitar na rede e ler MAS...  comecei a  apreciar a Lua Minguante tão bela, ao mesmo tempo percebe-se que ela se distancia. E o coração pulsa forte como se toda aquela beleza parasse de existir.
Que encanto tem a Lua quando verdadeiramente olhamos para ela com ternura e não deixamos nos levar pelos os belos versos e prosas da Lua dos namorados.
Nas férias fico na janela por muito tempo esperando ela aparecer, eu não tenho pressa, quero olhar o seu resplendor que por traz daquelas matas verdes se confundem com a luz do luar
Ao mesmo tempo fico pensando, como desperdiçamos as preciosidades da vida, como por exemplo, uma noite de luar.
Aquela Lua a cada mês ela está ali, mas nem sempre temos tempo ou vontade de aprecia um momento inexplicável, que chaga ser as vezes profundo e cheio de mistério.
Quase sempre torna-se um momento exclusivo, sendo que o mais importante é: saber usufruir momentos que nos leva ao encontro dos nossos sonhos.
Adoro muito dividir momentos assim com vocês, descrever sobre a Lua e seus encantos me conduz ao extremo dos meus sentimentos.
O que acontece é, que por um momento tudo para, que ao fazer parte daquele momento a nossa alma se eleva e se enche de paz.
 Eu tinha de testemunha o silêncio e a noite perfeita.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Siga!



Siga os seus desejos, não tenha medo de buscar os seus sonhos, tenha como aliada a sua fé que ao se tornar sua companheira, vai refletir como uma luz a ti guiar assim como o dia à noite e os teus pensamentos se juntaram em busca do mesmo ideal.
Saiba descomplicar o seu modo de vida, procurar um caminho para uma estadia em paz enquanto você viver aqui na terra.
Procure enxergar mais o que está diante dos teus olhos. São eles que te guiam para a escolha certa ou errada. Ainda que o caminho que você procure seja estreito demais, ou muito longo, ou com poucas saídas, se você olhar bem saberá fazer a escolha certa.
Uma escolha errada pode te conduzir a viver a tua estadia aqui na terra de forma triste sem razão alguma.
O medo pode te levar a escuridão e te deixar infeliz. Saiba que a cada dificuldade, você não pode desistir, ela poderá até te levar ao futuro incerto, mas o importante é não desistir nunca. Aqueles que sempre perseguem o que querem, terão sempre o encontro com a vitória.
Eu sempre digo que o ser humano insatisfeito sempre estará se atirando no abismo, para fugir de si mesmo. E não permite abrir as janelas da vida sem antes encontrar as realizações dos seus sonhos.
Os sonhos são o inicio de tudo que desejamos.
Atinja o possível para buscar o impossível.

Vou Ali...




Apronto agora os meus pés na estrada. Ponho-me a caminhar sob sol e vento. Eles secam as lágrimas, vou ali ser feliz e não volto.  Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Navio Negreiro

Para finalizar o ano com meus alunos 7º anos Li e analisamos esse querido poema de Castro Alves Claro que tive que ajuda-los na Interpretação. Fiquei tão feliz com cada expressão que eles emitiam ao ler o poema, depois nos comentários eles entenderam o sofrimento de cada Africano preso daquele Navio sem a certeza pra onde iriam e como seria sua vida seus sonhos jogados ao vento.



                              Navio Negreiro
                                              Castro Alves


 I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta. 
'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro... 
'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 
'Stamos em pleno mar. . . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas... 
Donde vem? onde vai?  Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam, 
Galopam, voam, mas não deixam traço. 
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade! 
Oh! que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa! 
Homens do mar! ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos! 
Esperai! esperai! deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
.......................................................... 
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa! 
Albatroz!  Albatroz! águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz!  Albatroz! dá-me estas asas.
 
II
    
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após. 
Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão! 
O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir! 
Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
 
III
    
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
 
IV
     
Era um sonho dantesco... o tombadilho 
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite... 
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... 
Negras mulheres, suspendendo às tetas 
Magras crianças, cujas bocas pretas 
Rega o sangue das mães: 
Outras moças, mas nuas e espantadas, 
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs! 
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente 
Faz doudas espirais ...
Se o velho arqueja, se no chão resvala, 
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais... 
Presa nos elos de uma só cadeia, 
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece, 
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri! 
No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..." 
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
          Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
          E ri-se Satanás!... 
 
V
    
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! 
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?   Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!... 
São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 
São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael. 
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus ...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... adeus!... 
Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer. 
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar... 
Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!... 
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...
 
VI
       
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio.  Musa... chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ... 
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!... 
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!